Ciclo Sexual Feminino

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        O ciclo sexual feminino é, aproximadamente, 28 dias, podendo ser de 25 até 30 dias. Inicialmente os ciclos sexuais costumam ser irregulares, começando a serem mais regulares com o passar do tempo.

        O sistema reprodutor da mulher é caracterizado por um funcionamento cíclico que se inicia na puberdade e termina na menopausa. Em cada ciclo ocorre uma série de transformações em diversos órgãos, nomeadamente nos ovários e no útero, perfeitamente sincronizados.

         

             O sincronismo entre as fases do ciclo ovárico e as fases do ciclo uterino é a consequência da acção das hormonas ováricas, estrogénios e progesterona, sobre o endométrio uterino.

        

·         O que são os estrogénios e a progesterona?

         Os estrogénios são produzidos pelas células foliculares. A concentração destas hormonas vai aumentando primeiro progressivamente, à medida que os folículos ováricos crescem, e depois de um modo rápido, atingindo o valor máximo um pouco antes da ovulação. A concentração baixa quando ocorre ovulação, devido à perda de células foliculares, e volta a aumentar durante a fase luteínica, devido à actividade do corpo amarelo, voltando a decair, próximo do fim do ciclo.

         A progesterona é produzida pelo corpo amarelo, atingindo o valor máximo de concentração com o pleno desenvolvimento dessa estrutura. Quando o corpo amarelo degenera, a concentração de progesterona diminui.

         A evolução das concentrações das hormonas ováricas induz o funcionamento cíclico do endométrio uterino. No ciclo uterino consideram-se três fases: fase menstrual, fase proliferativa e fase secretora.

         Na fase menstrual ocorre a destruição parcial do endométrio, visto que as células, devido à contracção dos vasos sanguíneos dessa estrutura, deixam de receber os nutrientes necessários e morrem. Essa destruição é consequência da baixa concentração de hormonas ováricas. Sangue e fragmentos de tecidos são expulsos, constituindo a menstruação.

         Na fase proliferativa, verifica-se o crescimento em espessura do endométrio, com o desenvolvimento de glândulas e de vasos sanguíneos, devido ao estímulo provocado pelo aumento da taxa de estrogénios que ocorre durante a fase folicular.

         Na fase secretora, continua o aumento de espessura do endométrio, bem como a actividade secretora das glândulas nele existentes, devido à acção conjunta dos estrogénios e da progesterona, produzidos durante a fase luteínica.

         No ciclo ovárico existem três fases: fase folicular, fase da ovulação e fase do corpo amarelo ou fase luteínica.

         Na fase folicular, o óvulo desenvolve-se em estruturas designadas por folículos. Na puberdade, alguns folículos entram em actividade, mas em cada ciclo apenas um atinge a maturação. Nesta fase, as hormonas que as células foliculares produzem são, principalmente, os estrogénios.

         Na fase da ovulação, quando o folículo está maduro, o oócito II é libertado na cavidade folicular. Por pressão da cavidade folicular sobre a parede do ovário, o folículo rompe, bem como a parede do ovário, e o oócito II é libertado dirigindo-se para as trompas de Falópio.

         Na fase do corpo amarelo ou fase luteínica, o folículo transforma-se numa estrutura de cor amarela designando-se, por isso, de corpo amarelo. Na ausência de fecundação, o corpo amarelo regride deixando na parede do ovário uma pequena cicatriz.

         A concentração de gonadoestimulinas no sangue varia ao longo do ciclo sexual, estando essa variação relacionada com os processos de retroacção entre os ovários e o complexo hipotálamo-hipófise. 

         Alguns dias antes da ovulação, existem picos na concentração de FSH e LH. Com o aumento do número de células foliculares, os estrogénios são produzidos em maior quantidade, ultrapassando o valor limite, que desencadeia um retrocontrolo negativo, invertendo-se o efeito dos estrogénios sobre o complexo hipotálamo – hipófise.

         Assim sendo, quando o teor de estrogénios é relativamente elevado, o complexo hipotálamo-hipófise é inibido e diminui a produção de FSH, diminuindo o desenvolvimento folicular e a produção de estrogénios, ficando restabelecido o valor do teor de estrogénios.

         Por sua vez, quando o teor de estrogénios é relativamente baixo, o complexo hipotálamo-hipófise é estimulado e a produção de FSH aumenta, aumentando o desenvolvimento folicular e a produção de estrogénios, ficando restabelecido o valor do teor de estrogénios.

         Por acção de uma concentração de estrogénios mais elevada, a produção de gonadoestimulinas é estimulada, em vez de ser inibida, aumentando a concentração de FSH e de LH. É este processo de retroacção positiva e aumento do teor de LH, que desencadeia a ruptura do folículo maduro e, consequentemente, a ovulação.

         Após a ovulação, os estrogénios e a progesterona, em conjunto, exercem uma retroacção negativa sobre o complexo hipotálamo-hipófise, o que explica a queda da taxa de FSH e de LH. Esta diminuição desencadeia a regressão do corpo amarelo, a diminuição da taxa de hormonas ováricas e o aparecimento da menstruação.