Ansiedade e depressão na gravidez

        Apesar de todas as grávidas se sentirem ansiosas ou deprimidas, estes sentimentos poderão ter consequências sérias para a mãe e para o bebé.          
       Durante muitos anos, os especialistas acreditaram que as hormonas produzidas durante a gravidez serviam de protecção contra a depressão e que só depois do parto, depois da queda dos níveis dessas hormonas, é que as mulheres ficavam mais vulneráveis. Estes especialistas agora acreditam que é o aumento rápido de hormonas no início da gravidez que pode provocar e revelar depressões, devido à sua interferência na química e funcionamento cerebral.       
      A depressão é caracterizada por um estado mais ou menos exagerado de desmotivação, actividade diminuída, pensamentos pessimistas em relação a si própria e ao meio circundante e ao futuro. Estas depressões precisam de um longo historial da vida que a justifique. Ela não nasce do nada e num só momento. E a realidade é que ela só é observada em mulheres que, mesmo sem terem sofrido de depressão anteriormente, já têm uma construção de personalidade fragilizada e por isso estão mais propensas a estados depressivos.
    Há também um estudo que indica que a ansiedade prevalece sobre a depressão em todas as fases, ou seja, as mulheres sofrem mais de ansiedade do que de depressão, durante a gravidez. A ansiedade e a depressão são mais frequentes e severas no primeiro e terceiro trimestres de gravidez.      
    Sofrer de ansiedade e depressão pré-natal aumenta o risco de a mulher vir a sofrer também das mesmas condições no pós-parto, pelo que os especialistas referem que devem tratar destes problemas, para impedir que surjam também depois do bebé nascer. As mulheres mais jovens e as que têm um historial de consumo de bebidas alcoólicas apresentam um maior risco de desenvolvimento destas duas perturbações da saúde mental.
  Investigações provaram que a depressão e a ansiedade aumentam o risco de parto prematuro. Se não forem tratados, estes estados podem prejudicar o desenvolvimento do bebé e a capacidade da mãe cuidar de si própria e do seu bebé.
  Há também riscos que podem começar ou agravar os estados de ansiedade e depressão durante a gravidez, tais como: se já houver historial de depressão e ansiedade pessoal ou familiar; se a relação do casal for problemática; se a mulher teve dificuldades a engravidar, devido aos efeitos secundários dos tratamentos de fertilidade; se a mulher já sofreu de uma interrupção espontânea da gravidez; se tem problemas com a gravidez, como a existência de riscos elevados; se a mulher já foi vitima de abusos verbais, emocionais, sexuais ou físicos e se a mulher é uma jovem solteira, com uma gravidez indesejada.