Gravidez ectópica

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                Numa gravidez ectópica ou extra-uterina, o óvulo fertilizado instala-se fora do local indicado. O mais comum é ficar bloqueado no interior da trompa e evoluir para um aborto tubuário. No entanto, também pode migrar para o interior do abdómen, onde se fixa num dos ovários ou no peritoneu, a membrana que envolve a parede abdominal. Há casos em que o óvulo consegue chegar ao útero mas instala-se num local contra – indicado, como no colo, tornando inviável o crescimento do embrião.

         A gravidez ectópica geralmente sofre interrupção entre 6 e 12 semanas, dependendo do local onde está implantada, sendo tanto mais precoce quanto menor o calibre do lúmen tubar do segmento em que estiver implantada.

         Nem sempre é possível encontrar as razões que levam a uma gravidez ectópica. No entanto, as causas mais comuns são:

        - Sequelas deixadas por infecções anteriores nas trompas;
             - Obstrução parcial das trompas, provocada por tumores, quistos ou miomas; 
       - Infecções graves como apendicite, que costumam provocar aderências e malformações congénitas, como o estreitamento ou alongamento das trompas;
       - Uso de dispositivos intra-uterinos, que aumentam o risco de infecção;
             - Gravidez ectópica anterior (o que aumenta até 15% as hipóteses de voltar a acontecer);

         Os sintomas associados à gravidez ectópica podem confundir-se com os desconfortos típicos de uma gravidez normal ou até com os distúrbios pré-menstruais, no caso da mulher não saber que está grávida. Todos os sintomas vão aumentando de intensidade à medida que o tempo vai passando.

         - Dores e sensibilidade anormal num dos lados do baixo-ventre, que podem ser agravados ao evacuar, tossir ou andar;
               - Hemorragias intermitentes ou persistentes;
               - Enjoos e desmaios;
           - Sensação de fraqueza;
           - Sensação de pressão rectal.

         O diagnóstico só é possível a partir da 4ª semana de gestação, com a ajuda de uma ecografia transvaginal, que permite ver o embrião fora do útero.

         Se a gravidez ectópica for detectada numa fase precoce, é possível optar por procedimentos não cirúrgicos, nomeadamente um fármaco que inibe a multiplicação celular, administrado por injecção de uma única vez. O tecido embrionário é absorvido pelo peritoneu, mas será sempre necessário um controlo hormonal posterior, para confirmar o final da gravidez. Nos casos mais graves, quando a gravidez já vai avançada, a solução é sempre cirúrgica.

         A prevenção da gravidez ectópica inclui fundamentalmente o tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, o uso de métodos anticoncepcionais adequados e a prática de sexo seguro.